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terça-feira, 3 de novembro de 2009

A Umbanda e seus conceitos




Umbanda é o trigal do “SENHOR”; semeado por Òòsààlá, regado por Yemonjá e Òsún, aquecido por Sòngó, cultivado Òsóòsì, colhido por Ògún e transformado em “pão do espírito”, distribuído por Èsú na forma de caridade.

ORIGEM

Pensar na origem da Umbanda é desvendar a razão de ser das civilizações que se sucedem através do mistério dos tempos.
Conta-nos a sua evolução os velhos símbolos encontrados por todo o Globo, as tradições. As tradições nos dizem que a mais antiga civilização foi a “Lemúrica” que floresceu no vasto continente situado no Oceano Pacífico, na zona equatorial, cujos extremos confinavam com as terras da Califórnia, as do nordeste da América do Sul, bem como as do leste da África e sul da Índia. Iniciou o homem, nesta região, sua evolução propriamente dita, pois percebeu o seu “Ego” como conseqüência do primeiro esboço do seu veículo físico. Consta mesmo que no fim desse período as reencarnações eram, por necessidade de aperfeiçoamento da forma, imediatas.
Evolutivamente, constituem hoje, os lemurianos, os Òrìsàs do plano físico que, são os verdadeiros donos do planeta Terra.
Com a hecatombe da lemúria, por terremotos sucessivos, desaparece quase a totalidade da terceira raça deixando, no entanto, sementes na África, sul da Ásia (Índia) e América.
Foram os germens desse povo, no solo americano, que povoou a não menos fabulosa “Atlântida”, terra que se ergueu no fundo do oceano para berço de um novo povo, arquivo das tradições lemúricas, cujos sobreviventes desenvolviam-se ainda na África e Índia.
No estágio Atlanta, consolida o homem, seu veículo físico, perdendo a introspecção externa, originando-se os primeiros fenômenos anímicos-mediúnicos. Coube a gloriosa Atlântida, a luta entre a carne e o espírito e, se ela sucumbiu, venceu no entanto, por ter o espírito conquistado a vitória sobre a matéria que lhe queria tomar as rédeas da evolução, permanecendo na forma tosca, sem veículos superiores.
Cumprida a sua tarefa também a Atlântida submerge, deixando, como Guia de Raça, Antúlio nas suas tradições. Porém, antes que o mar a tragasse, legou-nos colônias entre as quais, por seu esplendoroso mistério, o Egito e as comentadas civilizações pré-colombianas da América.
Desaparecida a Atlântida, isola-se o continente americano, entretanto os descendentes da terceira e quarta raças que ali habitavam, em declínio.
Progride a colônia Atlântida – o Egito iniciando a nova era “Filosófica-Científica”, - em contraposição a “Mística”que caracterizou os períodos lemúrio e Atlanta. Por essa época, entra o Egito em contato com a Índia que forma a quinta raça, a Ária, trocando tradições e espargindo em sua passagem, saber o conhecimento, civilizando a Caldéia e a Pérsia.
Dessa permuta de ensinamento resultou um misto da “religião-filosofia-ciência”, pois a Índia ainda não se havia libertado dos conceitos iniciais lemúricos. Irradiam-se os conhecimentos dos grandes iniciados como Rama, Khrisna e Buda – na Índia; Confúncio difunde sabedoria na China; Hermes no Egito e Zoroastro na Pérsia; ergue-se Moisés no Sinai com as tábuas da Lei; multiplicam-se as sociedades secretas ocultistas.
Reaparece, Grécia, nova fase e do conhecimento aliado a Arte e a Filosofia com Orfeu, Aristóteles e Pitágoras, recebendo a Europa seu primeiro banho de cultura, oriundo do Oriente, por assimilação no Império Romano.
Surge, enfim, o Cristo de Jesus, o último Avatar, proveniente do plano superior da universalidade das idéias, aniquilando os Deuses da Raça, bem concretizado em Jeovah, e solapando o ódio pelo estabelecimento da Lei do Amor. Cristianizan-se a Europa.
Paralelamente, ao desenvolvimento destas civilizações, multiplicaran-se os descendentes lemúricos no Continente Negro que, por falta de Guias deturparam os conhecimentos primitivos pela confusão entre o ritual e o saber iniciativo, dando origem aos mais complexos misticismo descambado para o fetichismo. Sobre a África influências das mais variáveis na sua parte norte, de outras civilizações proveniente do Oriente, fazendo-se sentir o seus reflexos mesmo no seu interior, formando centros cenográficos, ou seja, aquelas regiões em que o conjunto de caracteres são mais puros estendendo-se para a zonas onde a mescla de caracteres é intensa, isto é nos pontos fronteiriços de dois ou mais pontos culturais.
Assim, as populações africanas podem ser estudadas em nove áreas e duas subáreas como o faz Herskovits, hipoteticamente, em: 1) – Hotentote; 2) – Boschimana; 3) – Área Oriental do Gado; 3a) – Subárea Ocidental; 4) – Congo; 4a) – Subárea da Costa da Guiné; 5) – Ponto Oriental; 6) – Sudão Oriental; 7) – Sudão Ocidental; 8) – Área do Deserto 9) – Área do Egito.
Habitam estes diversos pontos culturais vários grupos humanos, compreendendo diferentes tipos raciais e, como nos diz Seligman, os grupos primitivos africanos, por uma divisão mais simples são: Hematitas e Semitas de origens comuns; os negros propriamente ditos; os Boschimanos e Hotentotes denominados conjuntamente de Khoisans e os Negrilios, que possuem caracteres bastantes distintos.
Os Hamatitas, também chamados de Kamitas, compreendem dois grupos: 1) – Os Orientais-Egípcios, os Bedjas, os Berberin ou Núbios, os Gala, os Somali, os Danakil, grande parte dos negros abissínios são mestiços de Semitas e Negros; 2) – Os Setentrionais compreendem os Berberes, os Líbios, os Taureg, os Tebu, os Peuhl ou Foulah e os Guanches, já extintos ( Ilha das Canárias ).
Os Semitas são os norte-africanos de origem árabe de difícil estudo pela intensa fusão com os Kamitas, devendo-se notar ainda um novo grupo o Sephardim, que é uma conseqüência da mistura de Semitas, Kamitas e Judeus europeus.
Os Boschimanos, o homem da selva do holandês, de origens étnicas muito discutidas, não são também verdadeiros Negros, considerados por muitos como sobreviventes de uma raça pré-histórica, de costumes muito primitivos vivendo em cavernas e arvores como abrigo tosco.
Os Hotentotes, resultantes, parece, da mestiçagem de Boschimanos com Kamitas, povos pastores.
Os Negrilios ou Pigmeus, são os anões da África, já cantados por Eródoto, de pele avermelhada ou amarelo escura.
Os Boschimanos, Hotentotes e Negrilios, parecem ser os mais antigos habitantes do Continente Negro e, hoje, apresentam-se como os sobreviventes de uma estranha raça pré-histórica desaparecida. Sobre os Negros, velhas lendas os davam como vindos do Oriente, de onde se derramaram no Continente Africano, em varias migrações sucessivas. A mais recente dessa migrações são os Malgaches, originários da Indonésia, o que parece confirmar a hipótese de Delafose, de que a origem dos Negros na estaria na extremidade sul-oriental do Continente Asiático.
Essa asserção colabora com as afirmativas da tradição Rosacruz.
Para nosso estudo, as áreas culturais que merecem maior atenção por sua influencia na formação étnica religiosa e social do Novo Mundo, são:
Área do Congo: que compreende toda a bacia do rio Congo e é habitada por povos da língua Bantu, também chamada área Hylaeana – é a zona da linguagem do tambor, a vida religiosa é de grande complexidade, sendo Zàmbi o grande Deus que toma vários nomes conforme as regiões; Sub-area da Guiné – São suas culturas as consideradas mais típcas africanas. Foi essa região que forneceu maior numero de escravos ao Novo Mundo. A sua linguagem é do grupo Sudanês e a densidade de população é imensa, sendo bastante complexa a vida social-econômica. Lá existiram grandes reinados, como o de Benin, Daomei, Ashanti. Seu campo mitológico-religioso é muito rico, principalmente os dos Yorùbá ou Nagò, dos Ewe.
Através da mitologia, vamos mergulhar em velhas concepções mediterrâneas da mitologia greco-romana e sistemas místicos egípcios e assírios-babilônicos.
A organização religiosa compunha-se de um sistema de divindades- os Òrìsàs - , forças despersonificadas, e de um sistema iniciático bem característico. Constitui esta área uma das mais evolutivas da África, nada ficando a dever às velhas civilizações; Área do Sudão Ocidental: - De grande importância para nós do Brasil, pois, desta zona é a importação da Cultura Male. É a área de cultura fronteiriça, assinalada pela fusão das culturas maometanas e aborígines. Floresceram nela impérios famosos, como o de Songoi, Lentouana, o dos Mandingas ou Malí e de Ghana. Sua religião é um misto de islamismo com religião dos naturais.
Na África existem representantes de diversíssimos padrões de cultura. Lá vivem não só os sobreviventes das velhas civilizações, como contingentes misteriosos, cujas origens ainda não foram definitivamente esmiuçadas. Por isso, não sabemos se os primitivos lá existentes, são indivíduos colocados nos inícios da evolução cultural, ou se seriam elementos regredidos de civilizações desaparecidas.
E não foram pesquisadores como o padre Schimidt, descobrir o monoteísmo primordial “Urmonotheismo” em grupos humanos, os Pigmeus que eram considerados os mais atrasados da civilização africana.
Concluímos, então, pelo sucinto exposto que o habitante da África não é um selvícola que vive a esmo em florestas tropicais, mas que forma em seu conjunto uma cultura poliédrica expressa em suas facetas religiosas.
Enquanto esse movimento cultural se processava na África, a América se povoava com os remanescentes lemúricos e posteriormente atlantas nela se desenvolveu civilizações que, por sua grandeza em monumentos, lembra o Egito.
Toltecas, Astecas e Maias, demonstraram seu grau de cultura por época do redescobrimento da América. Suas pirâmides de tal forma são orientadas que exalaram o conhecimento de astronomia que possuíam seus mentores, conhecimentos estes confirmados pelas inscrições zodiacais, em pedra, mais tarde estudadas.
A costa do Pacifico é rica em detalhes deste gênero, onde o estudioso encontra um reino de pesquisa. A Ilha da Páscoa, ao largo do Chile, leva a confusão aos mais hábeis decifradores, já por seus monumentos, pelos costumes do povo, caracteres raciais que diferem por completo dos aborígines da costa chilena e do culto povo conhecido por Inca no Peru, onde a civilização chegou a um apuramento apreciável. Pode-se afirmar que a América, ao tempo de Colombo, era toda habitada, ora por grupos compactos de grande densidade demográfica, ora por pequenos grupos tendo a orla litorânea maior numero de habitantes, embora esparsos. O grau de cultura era variável, desde os conhecimentos superiores nos impérios citados até a mais rude condição de vida.
Mas, de uma maneira geral, o nativo americano tinha a crença em um Deus. Alguns admitiam uma trindade superior e a imortalidade da alma e nas suas manifestações, após o desencarne, para os que se encontravam ainda na matéria.
A prática mediúnica era evidente em seus feiticeiros, pajés, que se portavam como verdadeiros oráculos.
Este era o estado geral dos habitantes americanos na época dos descobrimentos.
A América é invadida pelo europeu de pele clara, em diversos pontos. Formaram-se colônias em varias zonas do território, sendo o Brasil colônia do Reino de Portugal.
Havia necessidade de progresso nas colônias para compensar economicamente as despesas feitas para mantê-las. A colônia devia produzir e dar lucro para o colonizador.
Escraviza-se o homem da terra – o índio americano, - como o chamavam. Porém, este não se adaptou ao estado de coisas, mesmo muitas campanhas foram levantadas, tendo a frente padres jesuítas, contra este tipo de escravidão.
Surge um recurso, o negro do Continente africano, e com ele, um rendoso tráfico. Infiltra-se no Brasil mais um tipo racial alem do branco usurpador da terra e o dono da terra.
Traz o negro, de origem quase na totalidade Sudanês e Bantu, consigo, o ritual e conhecimentos místicos de suas paragens.
E, aqui, em nossa Pátria, ouve-se , pela primeira vez, quem sabe, o “tan-tan” africano. Combate o branco o seu ritual, proibindo tais manifestações e, mais uma vez, os jesuítas intervém permitindo os seus trabalhos, procurando ao mesmo tempo apresentar, através da catequese, um único Deus. Assim, traduz-se o termo Òrìsàs por santos, em similitude ao santo católico, datando daí, a confusão entre o santo católico e Òrìsàs Nagò. E, mistura dos dois rituais: Católico e Nagò-Jèje, notando-se, nas primeiras épocas de colonização, santos católicos entronados em mesas de Batuque (Batukàjé). O São Jorge passou a ser o Ògún ou Òsóòsi e a confusão continuou, não que o Negro iniciado não soubesse suas diferenças, porém, aceitou por necessidade. Tanto que, se por cima de uma mesa tosca havia uma estátua de um Santo Católico, por baixo estava o “fetiche”do Òrìsà Africano – o “Etá ou Otá”.
O Africanismo impuro, por influência do Catolicismo traz, simultaneamente, para as suas fileiras, as tradições religiosas do aborígine brasileiro, surgindo culto especiais, formando dois grupos distintos: o daqueles que admitiam, em suas reuniões, somente manifestação de Òrìsàs, lutando pela pureza dos ritos iniciais e, o dos que também aceitaram manifestações de outras “Entidades Espirituais – os Egunguns”.
Estas reuniões de culto Afro-Ameríndio-Católica, tomaram várias denominações tais como: na Bahia, - “Candomblé” deturpação por extensão do termo que se referia às grandes festas anuais do Africanismo; os “Encantados de Caboclos, onde o misto é mais nítido; “Cabulá”, Sociedade Secreta de Componentes Bântus, que teve o seu apogeu com o “13 de Maio”, entrando rapidamente em declínio e, atualmente, quase extinta; no nordeste brasileiro, “Xangô” – onde a dosagem da cultura ameríndia é bem maior; no norte do País, o “Catimbó”, com influências da magia mediterrânea, com seus bonecos de cera e a aceitação de manifestações, por médiuns (aves), de espíritos de “animais desencarnados”, como o da “Cobra Grande”( sem levarmos em consideração o símbolo esotérico da nossa “Boi-Açu”); No Rio de Janeiro, “Macumba”; no Rio Grande do Sul, “Batukàjé”, mais conhecido por “Batuque e Toque”.
O sincretismo continua em sua marcha, mas, nos dias de hoje é indevido, por este imenso Brasil, nas mais variadas formas e percentagens de misturas.
É o período preparatório, de confusão, de adaptação, descambando em vezes para a involução de processos espiritualistas, depois de um apogeu em Cristo.
O sopro evolutivo chega. A massa se agita e surge um movimento renovador. É a “UMBANDA”, o renascimento dos velhos princípios, titubeantes ainda, mais a névoa já é menor. A codificação; é pouco. Escrevem-se “livros”de doto gênero. Nova confusão. O neófito perde-se na entrada do “Templo”.
Concorrem as diversas correntes espiritualistas, os ramos de uma árvore, quer através de suas obras ou de seus membros, para reerguer as velhas tradições, concretizando-as na “Umbanda”, provocando um movimento de caráter nitidamente evolutivo e sem fanatismo.
“A “Umbanda” não é espiritismo, esoterismo,teosofia, mentalismo, como muitos julgam. Ela é tudo isso e muito mais: é também magia.”
De suas origens se deduz que ela é conhecimento (Magia), sob aspectos básicos de filosofia, ciência e religião.


É FILOSOFIA, porque estuda os problemas gerais relativos aos sumos princípios de interpretação do Cosmos e a intuição universal da realidade em que se fundamenta. Admite uma única Lei. A lei de Umbanda, a da causa que é o próprio efeito, a realidade única indefinível, Olorun (Deus).


É CIÊNCIA, porque estuda racionalmente os fenômenos de ordem psíquica e física, comprovado pela experiência suas Leis. Tem como meio de pesquisa os métodos e processos da Psicologia, Psicanálise, dos estados Anímicos, Mediúnicos e Mentais; do Magnetismo, Hipnotismo, Matemática, Química, Física, Botânica, Zoologia, Geologia, Arqueologia e das demais ciências chamadas Acadêmicas e Herméticas.


É RELIGIÃO, porque mantém “um culto”e uma liturgia baseada em “símbolos” com caráter : “MONOTEISTA” por venerar somente um Deus, em Espírito e Verdade, não passível de representação; NATURAL, pela consciência do mundo com as forças que o impulsiona; MORAL, pela consciência do ser em si mesmo, das idéias de progresso espiritual; REDENTORA, pela consciência em Deus, quer por abstração negativa, como Buda, quer por abstração positiva, como Jesus Cristo.
A “Umbanda”é, pois, a religião da “natureza”, da “moral” e da “redenção”. Segue os ensinamentos de Jesus Cristo, condensados em seu único mandamento: “Ama o próximo como a ti mesmo, para que possas amar a Deus acima de tudo”.
Não é nova a revelação, porque a revelação é Una é o pensamento através do tempo, expresso em conhecimentos.
DEFINIÇÃO : Definiríamos a Umbanda como: “O CONJUNTO DOS CONCEITOS E PROCESSOS DE ORDEM FILOSÓFICA, CIENTÍFICA E RELIGIOSA, COM A FINALIDADE DE EVOLUÇÃO MATERIAL ESPIRITUAL DAS FORÇAS INTRÍNSECAS E EXTRÍNSECAS QUE REGEM O HOMEM”.


“UMBANDA UNIVERSAL E MATER”


O caráter de “Conhecimento, Revelação e Tradição”, assegura à “Umbanda” sua “Universalidade” nos diversos matrizes da “Filosofia, Ciência e Religião”:
É o que se conclui, por dedução do que nos conta a sua origem.
É a “Mater Filosofia-Ciência-Religião” una em seu trino aspecto básico, fonte primitiva de “Quando o Mundo não era Mundo”, d’onde brotam, através dos tempos, os atuais “Conceitos Universais”.


“UMBANDA NO BRASIL”


Embora a Umbanda”seja universal, a sua exteriorização vária com o povo que a prática.
Já no tempo histórico, em nosso “Arabutã”(Brasil), existe uma forma de Umbanda que iniciou em “13 de Maio de 1500”, com a primeira missa rezada pelo Frei Henrique de Coimbra. Assim, reporto-me porque foi o ponto inicial, quem sabe, da assimilação litúrgica pelos nativos, por imitação e por mímica, sem conhecer o significado oculto do “Gesto” ante o altar e a cruz..
Habitava, por essa época, a nossa terra, o seu dono, por posse e assentamento, o “aborígine brasileiro”, os “brasis”. Chega o branco ao Continente Sul-Americano, ávido de riqueza e de retorno a sua Pátria, mas termina se fixando no novo “Habitat”, mesclando seu culto religioso com os do ameríndio.
Por escravidão, aportou às plagas brasileiras, o Negro, proveniente dos mais variados rincões africanos e, aqui, mistura seus ritos, que já não eram puros na origem (África), com os do “Índio brasileiro” e o homem importado.
Com três raças em contato, com três culturas se beirando, era fatal a troca, o sincretismo, e foi o que aconteceu lá pelos idos das primeiras colonizações pelas sucessivas levas de Negros.
“Os vários cultos africanos se “amalgamaram” a princípio, entre si, e depois com as religiões brancas : Catolicismo e espiritismo. (nota de Ocipalede: amalgaram-se também, com a do ameríndio-cabôclo). De modo que temos, em ordem crescente de sincretismo :

l) Jèje-Nagò (nota de Ocipalede: ambos de origem Sudanês).
2) Jèje-Nagò-Muçulmi ( nota de Ocipalede: Negro de cultura Árabe).
3) Jèje-Nagò-Bântu ( nota de Ocipalede : outro grupo lingüístico e pobre em rituais).
4) Jèje-Nagò-Muçulmi-Bântu;
5) Jèje-Nagò-Muçulmi-Bântu-Ameríndio;
6) Jèje-Nagò-Muçulmi-Bântu-Ameríndio-Espírita;
7) 7) Jèje-Nagò-Muçulmi-Bântu-Ameríndio-Espírita-Católico.

O sincretismo continuou, estendendo-se por todo o País.
Outras correntes de pensamentos chegaram, como a Teosofia, o Protestantismo e o Rosacrucianismo, para enriquecer o manancial de conhecimento litúrgico da Umbanda Brasileira, por assim, chamar, pois de fato, a não ser didaticamente, não há distinção da Umbanda Universal, já que a “Umbanda e Una”, sendo, apenas polimórfica.
Não há dúvida de que “Ela é Sincrética; faceta brasileira, com “nada de seu”, porém, por sua origem “Universal e Mater”, “tudo” lhe pertence, como até o próprio nome, que de fato lhe é exclusivo.
A Umbanda, atualmente, já superou a fase de “recolhimento”, isto é, superou a fase sincrética, a fase involutiva, com retorno à processos, por vezes arcaicos, calcados em rituais bárbaros, sem fundamento “Esotérico”que se perdeu no “Tempo”. O fato geral: “perde-se o “ensinamento e fica-se com o ritual”. ( Hoje, em pleno século XXI, vejo como grande inimigo da Umbanda, a essa coisa que estão criando, como, um novo culto em substituição da Umbanda, que é para Entidade Èsú, outorgando-lhe poderes indevidos, como sendo, superior, igual aos demais, Caboclos Òrìsàs.).
Despontando a aurora do conhecimento esotérico no meio umbandista, a “alfa da evolução”, nos indicando a senda do ecletismo, requer, ao trilha-la, por eliminação, por expurgo e por substituição, as formas menos espiritualizadas pela “estabilidade”espiralada da evolução que é a “própria Umbanda” no ecletismo da revelação e da seleção, na aquisição de conhecimentos filosóficos e científicos. Eis, pois, a meta da Umbanda no Brasil : “O ecletismo universal evolutivo”.

Axé a todos
Emidio de Ogum
http://espadadeogum.blogspot.com

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