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domingo, 14 de fevereiro de 2010

Umbanda e Magia

A magia na umbanda; as dimensões física, etérica, astral e a movimentação mediúnica de energias entre elas
Magia é movimentação de energia, pela aplicação da vontade e da força mental de um agente encarnado ou desencarnado (ou ambos, em união de interesses), com a finalidade de criar campos de forças magnéticos específicos (atração, defesa, retenção, repulsão). Atraímos energias quando riscamos um ponto com essa finalidade e, ao mesmo tempo, realizamos uma invocação. Quando tocamos uma sineta diante da tronqueira de exu (local onde é fixado vibratoriamente o guardião do templo, geralmente à entrada e aos fundos do terreiro), nos defendemos pedindo proteção e segurança. Da mesma forma, alguns atos magísticos podem ter por objetivo a retenção de certas energias, como por exemplo: ao acendermos uma vela para um determinado orixá no local vibrado dentro do terreiro para essa finalidade específica, ou quando rogamos amor para Oxum ou prosperidade para Iemanjá.
Temos de liberar o ato magístico da conotação de misticismo fantástico, de mistério fenomênico, de algo sobrenatural. Toda ação de magia se baseia em leis da natureza e delas não se consegue prescindir. Umbanda é essencialmente magística e toda a sua magia tem por finalidade o bem do próximo. É importante deixar bem claro que todo ato de magia deve visar ao bem dentro da máxima evangélica de que “devemos fazer ao nosso semelhante aquilo que desejamos a nós mesmos”.
A aplicação prática da magia se dá por meio de invocações, evocações, esconjuros, consagrações, contagens, cânticos, mantras e outros recursos utilizados para facilitar a concentração mental. Quanto mais unido for um grupo que objetiva praticar a magia, mais coeso e força terá o ato magístico, embora um mago adestrado consiga interferir em campos de energia somente pela sua mente disciplinada. Quando falamos em energia, tratando-se de magia, temos de contemplar as dimensões vibratórias mais próximas que nos cercam, ou seja, a física, a etérica e a astral. O pensamento tem poder criador e o que emitimos se movimenta nessas três dimensões. A partir dessa realidade, nos conscientizamos de quão responsáveis somos pelo que pensamos. Detalhando melhor: a dimensão física é formada de energia condensada (matéria); a dimensão etérica tangencia e é contígua à física e se sustenta pela constante emanação fluídica desta, fazendo parte dela; e finalmente temos a dimensão astral, da qual a dimensão material (em que nos encontramos encarnados) é conseqüência, como se fôssemos um gigantesco mata-borrão.Salientamos que a verdadeira morada planetária é o mundo astral, onde passamos a maior parte de nossa existência como desencarnados.
Na umbanda, a movimentação de energias entre essas dimensões se dá pela via mediúnica, não bastando “apenas” ser um mago sacerdote. São os guias do “lado de lá” quem conduzem todos os trabalhos e têm o alcance de justiça e outorga do Astral superior para determinar a amplitude das tarefas realizadas. Por esse motivo, ficamos bastante receosos com os muitos magos existentes atualmente, e com a rapidez com que são formados. Somos de opinião que está faltando mediunidade em muita magia praticada por aí. Preocupa-nos os cursos de formação coletiva, regiamente pagos, para se obter insígnias sacerdotais de mago disto ou daquilo, com solenidades grandiosas de entrega de títulos e paramentos bonitos. Todo o cuidado é pouco quando tratamos com magia cerimonial caritativa de auxílio ao próximo, pois “aquele que não tem patuá que não se meta com mandinga”, diz-nos sempre a veneranda Vovó Maria Conga, sabedora do efeito de retorno para todos nós quando interferimos em campos de energias de outras pessoas, sem autorização para fazê-lo em conformidade com as leis cármicas.
É preciso comentar que todo médium da umbanda é, em maior ou menor proporção, um mago, mas nem todo mago é um médium, pois a premissa para se ter uma função sacerdotal na umbanda é a mediunidade, e não o contrário: dirigentes magos, sem nenhuma mediunidade, na frente de um congá.
Nada temos contra a ênfase mágica sacerdotal e iniciática de outros cultos, que até podem ser confundidos com a umbanda, em vários aspectos ritualísticos, pelos olhos leigos da sociedade. Ocorre que não somos “meros” repetidores de ritual, qual cenógrafos de teatro. Não sabemos exatamente o que se está fazendo por aí, mas com certeza esse grande comércio de magia que está virando indústria não é umbanda, aquela umbanda simples e de pujança mediúnica instituída pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas. A ênfase iniciática e mágica, meramente pelo efeito ritual externo, vistoso, decorre da vaidade humana e é um reducionismo da nossa religião, da sua humildade, simplicidade, e principalmente do mediunismo com as suas entidades, verdadeiras mantenedoras da força e do axé de nossos congás por este Brasil afora.
 
A importância dos elementos e dos condensadores energéticos: ar, terra, fogo e água, álcool, ervas, fumaça, som; as guias; os pontos riscados; a pólvora; as oferendas; a água
Os elementos materiais não são indispensáveis e não devem se tornar bengala psicológica. As vibrações dos orixás respondem à invocação pela força mental. Obviamente essa resposta varia de indivíduo para indivíduo. Experiências sacerdotais de vidas passadas utilizando essas energias fazem parte do inconsciente dos médiuns magistas da atualidade. Temos de considerar que a aparelhagem fisiológica do médium, quando vibrada junto com os guias por meio da incorporação, fornece abundantes fluidos que serão movimentados para a caridade.
Por outro lado, sabemos que os elementos materiais são importantes condensadores energéticos. Na prática do terreiro, aprendemos que, em determinados atendimentos, se utilizássemos só a força mental, os trabalhos ficaram por demais prolongados e muito cansativos. Outro fato que reforça essa opinião é que somos naturalmente desconcentrados, ainda mais depois de duas a três horas de extenuantes passes e consultas, em que nos defrontamos com as mais inimagináveis mazelas humanas.
Elencaremos a seguir alguns condensadores energéticos e sua utilização no terreiro:
• álcool/fogo: transmutação, assepsia e desintegração de trabalhos de feitiçaria que estão vibrando no Astral.
• ervas: maceradas liberam prana (axé vegetal) pelo sumo das plantas; queimadas (fumo, defumação) dispersam seus princípios químicos no ambiente astro-etéreo-físico.
• som: atração, concentração ou repulsão de certas energias.
• guias: imantação da vibração do orixá para proteção e descarga do médium.
• pontos riscados: campos de força magnéticos de atração, retenção e dispersão, usados junto com os pontos cantados.
• pólvora: deslocamento do éter (ar) para desintegração de campos de forças muito densos.
• oferendas: agradecimento e reposição de axé (na umbanda não fazemos oferendas para trocar).
• água: imantação de uma maneira geral; descarga fluídica; meio condutor de fluidos que se quer fixar.
Devemos usar os elementos materiais com parcimônia e sabedoria, pois quando bem utilizados são valiosas ferramentas de apoio liberadoras de energias para os trabalhos de caridade, preservando o corpo mediúnico de maiores desgastes.
 
Os fundamentos do congá (atrator, condensador, dispersor, expansor, transformador e alimentador)
O congá é o mais potente aglutinador de forças dentro do terreiro: é atrator, condensador, escoador, expansor, transformador e alimentador dos mais diferentes tipos de energias e magnetismo. Existe um processo de constante renovação de axé que emana do congá, como núcleo centralizador de todo o trabalho na umbanda. Cada vez que um consulente chega à sua frente e vibra em fé, amor, gratidão e confiança, renovam-se naturalmente os planos espiritual e físico, numa junção que sustenta toda a consagração dos orixás na Terra, na área física do templo.
Vamos descrever as funções do congá:
• atrator: atrai os pensamentos que estão à sua volta num amplo magnetismo de recepção das ondas mentais emitidas.Quanto mais as imagens e elementos dispostos no altar forem harmoniosos com o orixá regente do terreiro, mais é intensa essa atração. Congá com excessos de objetos dispersa suas forças.
• condensador: condensa as ondas mentais que se “amontoam” ao seu redor, decorrentes da emanação psíquica dos presentes: palestras, adoração, consultas etc.
• escoador: se o consulente ainda tiver formas-pensamentos negativas, ao chegar na frente do congá, elas serão descarregadas para a terra, passando por ele (o congá) em potente influxo, como se fosse um pára-raios.
• expansor: expande as ondas mentais positivas dos presentes; associadas aos pensamentos dos guias que as potencializam, são devolvidas para toda a assistência num processo de fluxo e refluxo constante.
• transformador: funciona como uma verdadeira usina de reciclagem de lixo astral, devolvendo-o para a terra;
• alimentador: é o sustentador vibratório de todo o trabalho mediúnico, pois junto dele fixam-se no Astral os mentores dos trabalhos que não incorporam.
Todo o trabalho na umbanda gira em torno do congá. A manutenção da disciplina, do silêncio, do respeito, da hierarquia, do combate à fofoca e aos melindres, deve ser uma constante dos zeladores (dirigentes). Nada adianta um congá todo enfeitado, com excelentes materiais, se a harmonia do corpo mediúnico estiver destroçada; é como tocar um violão com as cordas arrebentadas.
Caridade sem disciplina é perda de tempo. Por isso, para a manutenção da força e do axé de um congá, devemos sempre ter em mente que ninguém é tão forte como todos juntos.


Axé a todos Irmãos de Fé
Emidio de Ogum
http://espadadeogum.blogspot.com

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