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terça-feira, 21 de junho de 2011

A última festa de um Preto Velho



A última festa de um Preto Velho

Assobiaram, seu Joaquim, olhou pra trás, precisou mirar um pouco mais e viu seu Benedito acenando com a mão, já era noite na senzala e todos ainda não dormiram, tem festa hoje meu velho disse seu Joaquim ancião também mas um pouco mais novo que seu Benedito.
O Velho Benedito como muitos chamavam, parou e começou a massagear a barba branca como algodão, sabia que quando tinha festa tinha fartura nas comidas que a sinhá mandava pros escravos, talvez até um pouquinho de vinho servido nas canequinhas do café pra não levantar suspeitas, mas antes do seu Benedito aceitar o convite, vamos falar um pouquinho da sua história:

Benedito nasceu em uma cidade pobre, mas nunca falou de seus pais, nasceu e já começou a trabalhar, pois somente desta parte tenho a recordação, um dia salvou uma pessoa uma certa roda de engenho soltou-se e cairia em cima de outro homem, mas Benedito segurou-a com suas mãos e corpo, era mais que tudo isso poderia suportar, mas mesmo assim conseguiu segurar e salvar seu amigo, isto custou-lhe um problema grave na coluna e por muito tempo precisou do amparo de muletas, aposentou cedo, mas que aposentadoria preferia trabalhar pois a dor ainda se estendia em seu dorso e espinha, aos poucos tirou de baixo de suas axilas tal muletas e passou a andar livremente, mas ainda com algumas dores e puxando um pouco no seu caminhar, seu Benedito foi pessoa muito boa, tinha um sonho e era ganhar no jogo e com o dinheiro ajudar alguns amigos, assim, os números fizeram parte de seus pensamentos, seus bolsos ainda encontravam-se papeis rabiscados e amassados por jogos que não jogara por falta de dinheiro, mas seu Benedito caminhou bastante, e era o que mais gostava de fazer, pois todo dia levantava muito cedo tão cedo que o dia ainda não tinha nascido, andava sempre ao encontro de amigos e sorrindo passava e contava suas histórias, estas muitos reais pois contava sobre o passado de seus amigos, pelo tempo que conhecia cada um, e feliz sorria e voltava a caminhar, em seu bolso os números que naquela semana deveria jogar, parava sua caminhada sempre no mesmo lugar, almoçava bastante, pois sua aposentadoria não dava pra jantar, certo dia isso ocorrido a minha frente, parou-lhe uma pessoa e pediu-lhe um alimento, ele deu-lhe o que quis comer e saciado pagou com uma garrafada na cabeça que por muitos anos a dor traria-lhe a lembrança.
Não foi por isso e por nada que Benedito deixou de ser uma pessoa boa, compreendia a todos e sabia perdoar, Benedito não casou esperava um dia ter a sorte pra preparar um lar com alguém que lhe ama-se.

Agora voltamos a senzala, mas porque senzala?, Benedito era negro mas não vivera naquele tempo, mas se eu disse-se que Benedito já fora um Preto Velho, você acredita?, pois é eu conheci seu Benedito em sua última encarnação e agora é um pontinho pequenino de luz, vem as vezes e vai embora ainda triste, pois a sua festa nunca começou.

Que a Divina Luz esteja entre nós
Poema de Emidio de Ogum
http://espadadeogum.blogspot.com

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