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quinta-feira, 25 de junho de 2009

Tenho medo


Tenho medo

Tenho medo de estar no lugar errado, deste ser meu destino e não conseguir fazer nada, sou médium e agora colocaram-me a prova.
Tudo que vejo e sinto é maravilhoso, o atabaque, o incenso, as canções, primeiro cheguei aqui muito tímido, sentei em uma das cadeiras da assistência, vinha pedir um passe, mas logo retornei e percebi que me envolvera com tudo isso.
Não demorou estava eu de branco ao lado do Conga, sentia que tudo isso iria me ajudar no sagrado caminho do sacerdócio, diziam a mim que deveria me preparar, o fiz, procurei sempre rezar, e seguir da mesma forma o que todos faziam.
Passou-se algum tempo e logo a minha frente um pessoa para se consultar, imaginei que seria da mesma forma como a mim foi feito.
Preparei meus sentidos mas de nada valeu, pois o comando de meu corpo foi entregue a uma entidade, foram ditas palavras que eu mesmo não as falei, minhas mãos tomavam rumos, muito estranho pois em nada toquei.
Depois de acompanhar como testemunha dos atos de meu corpo, houve a despedida e então a duvida chegou, será que vai dar certo? O pedido daquela pessoa vai se realizar?
Uma duvida constante pairou sobre minha cabeça, pois testemunhara um pedido ao qual foi transformado em rezas e orações, um pouco de baforada de um charuto e estalos de dedos em um corpo alheio.
A duvida ficou em minha mente, não sabia se voltaria a aquele lugar, se talvez estaria atrapalhando as pessoas e nada conseguiria fazer para ajuda-las.
Resolvi tentar de novo, no próximo rito, e qual foi a meu espanto, a pessoa que tinha se consultado com minha entidade estava ali em minha frente, será que ela voltou porque não havia ainda conseguido o que queria?
Muitas perguntas pairavam sobre minha cabeça, ao mesmo tempo era dominado pela entidade em minhas palavras e na minha coordenação motora.
Espectador de algo que não consigo descrever, a pessoa a minha frente disse que viera agradecer, por isso estava ali, pedira por sua saúde era muito grave e com o passe da entidade não mais voltou a sofrer.
Neste momento meus olhos se encheram de lagrimas e uma caiu deixando o consulente enxergar, este percebeu e disse Caboclo porque estais a chorar?
Eu queria falar-lhe mas não consegui, neste momento minha entidade falou por mim, Este corpo que esta a sua frente, é quem chora, não eu, ele ainda tinha receios e preocupações, mas você acabou de tira-los.

Autor Emidio de ogum

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