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sexta-feira, 18 de junho de 2010

Falanges dos Pretos Velhos


 

O Preto Velho é uma das entidades mais carismáticas da Umbanda. É muito sábio e domina muitos elementos da natureza, é um grande especialista em ervas para chás, banhos e simpatias. O Preto Velho é uma entidade que trabalha nas leis de Oxalá. É detentor de uma linha com as sete falanges.. É uma entidade que desfaz demandas, embora pareça extremamente calmo e sereno, pois tem luz divina espiritual que emana de Deus em toda a sua plenitude.Quando se fala de preto-velho, estamos a falar de uma grande linha (grande faixa vibratória), onde espíritos afins se “Juntam” para cumprirem sua missão.Alguns desses espíritos foram ex escravos. Fazem parte também desta linha espíritos que não foram escravos nem negros, mas que por motivos de afinidade escolheram a Umbanda para cumprirem a sua missão. (Velho, Vovô e Vovó) são nada mais nada menos o termo que usamos para de certa forma sinalizar a sua experiência, pois por norma sempre que pensamos em alguém mais velho, como um vovô ou uma vovó partimos do princípio que essa pessoa já tenha vivido muito mais tempo do que nós, consequentemente adquirindo assim mais experiência de vida, tendo muito mais sabedoria e coisas para contar, principalmente se essa mesma pessoa já viveu o tempo suficiente para ter aprendido a ser paciente ecompreensiva. No mundo espiritual é bastante parecido, pois a grande característica dessa linha é o aconselhamento as pessoas. E é por esse motivo que dizemos carinhosamente que eles são os grandes “Psicólogos da Umbanda”. A Sua indumentária e apetrechos são na realidade bastante simples, pois apenas necessitam da atenção e da concentração do seu médium durante a consulta. Usam bengala, cachimbo, lenços, toalhas e por vezes cigarro de palha.A sua forma de incorporação é bastante compacta, sem dançar muito. A vibração começa com um peso nas costas e uma inclinação do tronco para frente, com os pés fixados no chão e depois sentam-se e praticam a sua caridade. Mas podemos encontrar alguns que se mantém em pé.
Os Preto-Velhos dançam de forma subtil, normalmente apenas com movimentos dos ombros ou quando estão sentados, com as pernas.Ajudam-nos a compreender que a prática da caridade, é vital para nossa evolução espiritual.Existem Algumas diferenças entre Pretos Velhos, essas diferenças devem-se ao facto dos Preto-velhos serem trabalhadores de Orixás e levarem consigo para os trabalho a essência do Orixá para quem trabalham. 
Pretos Velhos de Ogum
São mais rápidos na sua forma incorporativa e sem muita paciência com o médium e as vezes com outras pessoas que estão cambonando e até consulentes.
São directos na sua maneira de falar, não enfeitam muito suas mensagens, as vezes parece que estão brigando, para dar mesmo o efeito de “choque”, mais são no fundo extremamente bondosos tanto para com seu médium e para as outras pessoas.São especialistas em consultas encorajadoras, ou seja, mera dose de coragem e segurança para aqueles indecisos e “medrosos”. É fácil pensar nessa característica pois Ogum é um Orixá considerado corajoso.

Pretos Velhos de Oxum

São mais lentos na forma de incorporar e até de falar. Passam para o médium uma serenidade inconfundível.
Não são tão directos para falar, enfeitam ao máximo a conversa para que uma verdade dolorosa possa ser escutada de forma mais amena, pois a finalidade não é “chocar” e sim, fazer com que a pessoa reflicta sobre o assunto que está sendo falado.
São especialistas em reflexão, nunca se sai de uma consulta de um Preto-velho de Oxum sem um minuto que seja de pensamento interior. As vezes é comum sair até mais confuso do que quando entrou, mais é necessário para a evolução daquela pessoa.

Pretos Velhos de Xangô

São raros de ver, contudo devemos também conhece-los.
A sua incorporação é rápida como as de Ogum.
Assim como os caboclos de Xangô, trabalham para causas de prosperidade sólida, bens como casa própria, processo na justiça e realizações profissionais.
Passam seriedade em cada palavra dita. Cobram bastante de seus médiuns e consulentes. 

Pretos Velhos de Yansã 
São rápidos na sua forma de incorporar e falar. Assim como os de Ogum, não possuem também muita paciência para com as pessoas.
Essa rapidez é facilmente entendida, pela força da natureza que os rege, e é essa mesma força lhes permite uma grande variedade de assuntos com os quais ele trata, devido a diversidade que existe dentro desse único Orixá.
Esses Preto-velhos retribuem ao médium principalmente a defesa, são rápidos na ajuda. Se cobram a honestidade do seu médium no momento da consulta, não admitem que desconfiem dele (médium).
Mesmo assim eles também possuem uma especialidade.
Geralmente suas consultas são de impacto, trazendo mudança rápida de pensamento para a pessoa. São especialistas também em ensinar directrizes para alcançar objectivos, seja pessoal, profissional ou até espiritual.
Entretanto, é bom lembrar que sua maior função é o descarrego. É limpar o ambiente, o consulente e demais médiuns do terreiro, de eguns ou espíritos de parentes e amigos que já se foram, e que ainda não se conformaram com a partida permanecendo muito próximos dessas pessoas. 

Pretos velhos de Oxóssi

São os mais brincalhões, suas incorporações são alegres e um pouco rápidas.
Esses Preto-velhos geralmente falam com várias pessoas ao mesmo tempo.
Possuem uma especialidade: A de receitar remédios naturais, para o corpo e a alma, assim como emplastos, banhos e compressas, defumadores, chás, etc… São verdadeiros químicos em seus tocos. – Afinal não podiam ser diferentes, pois são alunos do maior “químico” – Oxossi.

Pretos Velhos de Nanã

São raros, assim como os filhos desse Orixá.
Sua maneira de incorporação é de uma forma mais envelhecida ainda. Lenta e muito pesada. Enfatizando ainda mais a idade avançada.
Falam rígido, com seriedade profunda. Não brincam nas suas consultas e prezam sempre o respeito, tanto do médium quanto do consulente, e pessoas a volta como: cambonos e pessoas do terreiro em geral e principalmente do pai ou da mãe de santo.
Cobram muito do seu médium, não admitem roupas curtas ou transparentes, mesmo para médiuns homens. Seu julgamento é severo. Não admite injustiça com seu médium.
Costumam se afastar dos médiuns que consideram de “moral fraca”. Mais prezam demais a gratidão, de uma forma geral. Podem optar por ficar numa casa, se seu médium quiser sair, se julgar que a casa é boa, digna e honrada.
É difícil a relação com esses guias, principalmente quanto há discordância, ou seja, não são muito abertos a negociação no momento da consulta.
São especialistas em conselhos que formem moral, e entendimento do nosso carma, pois isso sem dúvida é a sua função.
Actuam também como os de Iansã e Omulú, conduzindo Eguns.

Pretos Velhos de Obaluayê

São simples na sua forma de incorporar e de falar. Exigem muito de seus médiuns, tanto na postura quanto na moral.
Defendem sempre quem está certo, independente de quem seja, mesmo que para isso ganhem a antipatia dos outros.
Agarram-se a seus “filhos” com total dedicação e carinho, não deixando no entanto de cobrar e corrigir também. Pois entendem que a correcção é uma forma de amar.
Devido a elevação e a antiguidade do Orixá para o qual eles trabalham, acabam transformando suas consultas em conselhos totalmente diferenciados dos demais Preto-velhos. Ou seja, se adaptam a qualquer assunto e falam deles exactamente com a precisão do momento.
Como trabalha para Obaluaê, e este é o “dono das almas”, esses Preto-velhos são geralmente chefes de linha e assim explica-se a facilidade para trabalhar para vários assuntos.
Sua “visão” é de longo alcance para diversos assuntos, tornando-os capazes de traçar projectos distantes e longos para seus consulentes. Tanto pessoal como profissional e até espiritual.
Assim exigem também fiel cumprimento de suas normas, para que seus projectos não saiam errado, para tanto, os filhos que os seguem, devem fazer passo a passo de tudo que lhe for pedido, apenas confiando nesses Preto-velhos. Quando o filho não faz isso, costumam tirar o que já lhe deu, para que o mesmo repense a importância desse Preto-velho em sua vida.
Gostam de contar histórias para enriquecer de conhecimento o médium e as pessoas a volta.
Não trabalham para saúde (essa função é do Erê de Obaluaê). Salvo se essa doença for proveniente de “trabalhos feitos – macumba”.

Pretos Velhos de Yemanjá

São belos em suas incorporações, contudo mantendo uma enorme simplicidade. Sua fala é doce e meiga.
Possuem a paciência das mães e a compreensão também. Cobram pouco de seus médiuns, apenas que eles cumpram a caridade sempre por amor nunca por obrigação.
Sua especialidade maior é sem dúvida os conselhos sobre laços espirituais e familiares.
Gostam também de trabalhar para fertilidade de um modo geral, e especialmente para as pessoas que desejam engravidar.
Utilizando o movimento das ondas do mar, são excelentes para descarregos e passes.
Cobram dos seus médiuns que lutem para ter um casamento feliz e sólido, pois para eles só assim poderão ajudar a outras pessoas nesse sentido, já que seu médium já vive essa realidade.

Pretos Velhos de Oxalá

São bastante lentos na forma de incorporare tornam-se belos principalmente pela simplicidade contida em seus gestos.
Raramente dão consulta, sua maior especialidade é o passe de energização.
Cobram também bastante de seus médiuns, principalmente no que diz respeito a prática de caridade, assiduidade no terreiro e vaidade.

Formação da Falange dos Pretos-Velhos na Umbanda

Depois de mortos, passaram a surgir em lugares adequados, principalmente para se manifestarem. Ao se incorporarem, trazem os Pretos-Velhos os sinais característicos das tribos a que pertenciam. Os Pretos-velhos são nossos Guias ou Protectores, mas no Candomblé, são considerados Eguns (almas desencarnadas), e e decorrente disso, só têm fio de conta (Guia) na Umbanda. Usam branco ou preto e?branco. Essas cores são usadas porque, sendo os Pretos-Velhos almas de escravos, lembram que eles só podiam andar de branco ou xadrez preto e branco, em sua maioria. Temos também a Guia de lágrima de Nossa Senhora, semente cinza com uma palha dentro. Essa Guia vem dos tempos dos cativeiros, porque era o material mais fácil de se encontrar na época dos escravos, cuja planta era encontrada em quase todos os lugares. O dia em que a Umbanda homenageia os Pretos-Velhos é 13 de maio, que é a data em que foi assinada a Lei Áurea (libertação dos escravos).
Os nomes dos Pretos Velhos mais conhecidos:
Pai Agostinho; Pai Joaquim; Pai Francisco; Pai Maneco; Pai João; Pai José; Pai Mané; Pai Antônio; Pai Roberto; Pai Cipriano; Pai Tomaz; Pai Jobim; Pai Roberto; Pai Guiné; Pai Jacó; Pai Cambinda; Pai Benedito; Pai Joaquim; Pai Ambrósio; Pai Fabrício; Tio Antônio; Velho LiberatoVô Benedito; etc…
femininos:
Vó Cambinda; Vó Bibiana; Vó Cecília; Vó Irina; Vó Maria Conga; Vó Catarina; Vó Ana; Vó Sabina; Vó Quitéria; Vó Benedita; Vó Iriquirita; Vó Leopondina; Vó Filomena; Vó Joana; Vó Joaquina; Vó Rita; Vó Mariana; Vó Guilhermina; Mãe Benta; Mãe Maria; Etc...
Falanges ligadas a Preto Velho:

1 – Falange da Costa (Rei Cambinda) 2 – Falange de Congo (Rei Congo) 3 – Falange de Angola – (Pai Joaquim) 4 – Falange de Guiné (Pai Guiné) 5 – Falange de Moçambique (Pai Gerônimo) 6 – Falange de Luanda (Povo Oriente – Pai José) 7 – Falange de Bengala (Povo do Espaço – Pai Tomé)

Paz Amor e Harmonia 

Emidio de Ogum
http://espadadeogum.blogspot.com

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