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terça-feira, 23 de novembro de 2010

Tata Caveira

Que a paz de Oxalá esteja com todos

Queridos irmãos, a alguns anos trabalho com esta entidade Exú Tata Caveira, sou um médium dedicado, e com muito orgulho de poder estar doando meus trabalhos mediúnicos em prol deste grande mestre chefe de falange, vou desmistificar um pouco os pensamentos sobre ele Exú Tata Caveira, este senhor viveu e morreu cultivando o bem em sua aldeia, foi surpreendido por uma sede de vingança muito grande, mas nunca abandonou seus súditos, amigos e parentes, sua vida terrena foi cercada de muito amor ao próximo, por este motivo também serve a todos com sua sabedoria, Exú das demandas e da retirada de doenças físicas e espirituais, trabalha de forma rude e austera, não tolera mudanças em seu círculo de trabalho e muito menos quando são feitas por entidades de sua falange, cobra do filho disciplina e como comandante de sua tribo não aceita desvios de condutas, foi-me dito uma vez por ele, que quem demanda demanda contra sí, senhor do carma constituído, comanda os cemitérios e pune a todos que cometeram infrações em vida, seu bastão tem o poder da cobrança dos desvios de conduta, carrega os espíritos em seus descansos profundos, liberando-os após o cumprimento da resignação perante o criador, nada se esconde de Tata Caveira, seus sentidos são ferozmente apurados quando tratando-se de invocações sem seu consentimento,  retarda os efeitos e conduz seus encantos ao iniciante, Tata Caveira pode afastar-se do convívio espiritual do médium, ou seja de seu recebimento, até mesmo de outros Exús ou Pomba Giras de sua falange, é um dos poucos Exús que cobram um comportamento exemplar, ainda mais como chefe de Falange o comprometimento é maior.


TATA CAVEIRA FAZ O BEM, MAS NÃO DESAFIE ESTE EXÚ.


A HISTÓRIA DO EXÚ TATA CAVEIRA

Antes de ser uma entidade, Tatá Caveira viveu na terra física, assim como todos nós. Acreditamos que nasceu em 670 D.C., e viveu até dezembro de 698, no Egito, ou de acordo com a própria entidade, "Na minha terra sagrada, na beira do Grande Rio".

Seu nome era Próculo, de origem Romana, dado em homenagem ao chefe da Guarda Romana naquela época.

Próculo vivia em uma aldeia, fazendo parte de uma família bastante humilde. Durante toda sua vida, batalhou para crescer e acumular riquezas, principalmente na forma de cabras, camelos e terras. Naquela época, para ter uma mulher era necessário comprá-la do pai ou responsável, e esta era a motivação que levou Próculo a batalhar tanto pelo crescimento financeiro.

Próculo viveu de fato uma grande paixão por uma moça que fora criada junto com ele desde pequeno, como uma amiga. Porém, sua cautela o fez acumular muita riqueza, pois não queria correr o risco de ver seu desejo de união recusado pelo pai da moça.

O destino pregou uma peça amarga em Próculo, pois seu irmão de sangue, sabendo da intenção que Próculo tinha com relação à moça, foi peça chave de uma traição muito grave. Justamente quando Próculo conseguiu adquirir mais da metade da aldeia onde viviam, estando assim seguro que ninguém poderia oferecer maior quantia pela moça, foi apunhalado pelas costas pelo seu próprio irmão, que comprou-a horas antes. De fato, a moça foi comprada na noite anterior à manhã que Próculo intencionava concretizar seu pedido.

Ao saber do ocorrido, Próculo ficou extremamente magoado com seu irmão, porém o respeitou pelo fato ser sangue do seu sangue. Seu irmão, apesar de mais velho, era muito invejoso e não possuía nem metade da riqueza que Próculo havia acumulado.


 


A aldeia de Próculo era rica e próspera, e isto trazia muita inveja a aldeias vizinhas. Certo dia, uma aldeia próxima, muito maior em habitantes, porém com menos riquezas, por ser afastada do Rio Nilo, começou a ter sua atenção voltada para a aldeia de Próculo.

Uma guerra teve início. A aldeia de Próculo foi invadida repentinamente, e pegou todos os habitantes de surpresa. Estando em inferioridade numérica, foram todos mortos, restando somente 49 pessoas.

Estes 49 sobreviventes, revoltados, se uniram e partiram para a vingança, invadindo a aldeia inimiga, onde estavam mulheres e crianças. Muitas pessoas inocentes foram mortas neste ato de raiva e ódio. No entanto, devido à inferioridade numérica, logo todos foram cercados e capturados.

Próculo, assim como seus companheiros, foi queimado vivo. No entanto, a dor maior que Próculo sentiu "não foi a do fogo, mas a do coração", pela traição que sofreu do próprio irmão, que agora queimava ao seu lado.

Esta foi a origem dos 49 exus da linha de Caveira, constituída por todos os homens e mulheres que naquele dia desencarnaram.

Entre os exus da linha de Caveira, existem: Tatá Caveira, João Caveira, Caveirinha, Rosa Caveira, Dr. Caveira (7 Caveiras), Quebra-Osso, entre muitos outros. Por motivo de respeito, não será indicado aqui qual exu da linha de Caveira foi o irmão de Tatá enquanto vivo.


 

Como entidade, o Chefe-de-falange Tatá Caveira é muito incompreendido, e tem poucos cavalos. São raros os médiuns que o incorporam, pois tem fama de bravo e rabugento. No entanto, diversos médiuns incorporam exus de sua falange.

Tatá é brincalhão, ao mesmo tempo sério e austero. Quando fala algo, o faz com firmeza e nunca na dúvida. Tem temperamento inconstante, se apresentando ora alegre, ora nervoso, ora calmo, ora apressado, por isso é dado por muitos como louco.

No entanto, Tatá Caveira é extremamente leal e amigo, sendo até um pouco ciumento. Fidelidade é uma de suas características mais marcantes, por isso mesmo Tatá não perdoa traição e valoriza muito a amizade verdadeira. Considera a pior das traições a traição de um amigo.

Em muitas literaturas é criticado, e são as poucas as pessoas que têm a oportunidade de conhecer a fundo Tatá Chefe-de-falange. O cavalo demora a adquirir confiança e intimidade com este exu, pois é posto a prova o tempo todo.

No entanto, uma vez amigo de Tatá Caveira, tem-se um amigo para o resto da vida. Nesta e em outras evoluções.



Paz Amor e Harmonia
Emidio de Ogum 
http://espadadeogum.blogspot.com

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