Aguas da Chuva

A chuva vem caindo, tento me esconder más de nada adianta, perece que os pingos me perseguem, caiem sobre mim percorrendo meu corpo, mesmo que a chuva passe vai deixar seu úmido sabor em meus lábios, até os pássaros já se esconderam, continuo a correr mais rápido, vejo pessoas com guarda chuvas em cima de si pra se protegerem da chuva que molha suas cabeças, olho pro alto e percebo que existe um sol acima das nuvens, parecem nuvens de algodão a imensidão que se forma em torno das nuvens de chuva, a cor é cinza, contrastando as capas molhadas das pessoas correndo em zig zag, o cão velho e sarnento aproveita o córrego para saciar a sede, as mulheres retiram as roupas dos varais, o vento leva a chuva por baixo e molha as pessoas nos alpendres das padarias, a água da chuva passa por baixo dos carros e encontra-se com os papeis molhados nos bueiros das ruas, seguem com se estivessem perseguindo algo em direção do bueiro, formigas perceberam o pior e se esconderam, antes de se molharem os pássaros já se tocaiaram, a água a cair é tão limpa que lava as paredes do velho casebre, crianças são impedidas de nela se molharem, puxadas pelos braços deixam-se levar, correntes de águas seguem pelos esgotos da cidade, por baixo dos pés daqueles que não ousaram se molhar, nos campos colocou de joelhos os caboclos a agradecer suas lavouras a saciar, velhas senhoras com seus baldes estão a se preparar, da água que sobra nos açudes vão se deliciar, a mãe de santo disse que se molhar é bom pra se purificar, chegou a água nos mais altos montes onde não se podia carregar, mais oxigênio aos peixes o ecologista deixou –se pronunciar, se sobrar água deixe evaporar, pois o circulo da vida vamos começar.
Autor Emidio de Ogum