Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devíamos.

Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devíamos.

Ver um semelhante com fome e jogarmos fora os restos que nos sobram.
Passar na frente dos outros se temos tempo de sobra para esperar
Ganhar vantagem se não precisamos daquilo para viver
Pensar que somos melhores se sempre estamos a procura de algo.
Ver uma família sem casa e alugamos as que nos sobram
Com gripe queremos passar na frente dos tuberculosos
Com saúde nos queixamos de dores sentimentais
Com um carro novo fechamos os vidros para a pobreza humana
Com dois agasalhos no armário, olhamos pessoas com frio na rua.
Não sendo religioso criticamos os que são.
Procuramos Jesus em lugares de muito luxo.
Encontramos a alegria em prazeres obscuros.
Acostumamos a ris quando o outro chora, a chorar de tristeza quando assistimos uma novela.
Temos uma parte do cérebro que consegue retirar sem armazenar todas as coisa ruins que encontramos pela frente.
Conseguimos até a esquecer como somos iguais aos outros, lembramos somente que também somos filhos de um Grande Pai e que seu coração é tão grandioso que perdoara também nossos erros.
Emidio de Ogum