Candomblé Ketu
O candomblé que se auto denomina “de nação Ketu”, é o candomblé descendente dos cultos religiosos da região Sudanesas, de cultura yorubana. Neste culto, os deuses são chamados de orixás e representam forças da natureza como o ar, o vento, o fogo e outros. A língua ritual destes cultos é composta de fragmentos de iorubá arcaico e de alguns termos de outras línguas com as quais foi se mesclando no decorrer do tempo. Toda a simbologia do candomblé Ketu como ritmo, cores, cantigas (rezas) músicas, comidas rituais e, fundamentalmente, o rito de iniciação, são marcados fortemente pelos valores culturais dos negros yorubanos. Originários desta cultura também são o “batuque”(forma que assumiu no Rio Grande do Sul, onde é considerado Jeje-Nagô) e o “Xangô” de Pernambuco. Famosos mães pais de santo dessa nação que reside em São Paulo.
Candomblé Angola
Este candomblé é resultado da presença dos negros bantos, da região Congo – Angolesa da África, cujos deuses que cultuam chamam-se Inkices.
Também os Inkices são a divinização e personificação da natureza na forma humanizada. As características rituais do candomblé Angola diferem das características do candomblé Ketu, mas a forma do ritual e da iniciação se assemelham muito. Como característica intrínseca da cultura banto, mais propensa à assimilação de valores estrangeiros, o candomblé Angola é fortemente marcado pelos valores brasileiros.
Isto pode ser notado na língua ritual, o Kimbundo ou Umbundo, línguas angolanas, muito mescladas ao português, e pelo culto de entidades “brasileiras” como os caboclos (índios) e boiadeiros. Outras formas religiosas derivadas deste grupo são a cabula, a macumba, o candomblé de caboclo, o catimbó, a pagelança e a cura. Estes últimos mais sincretizados com os valores indígenas brasileiros e predominando no Norte e Nordeste brasileiros.
Candomblé Jeje
O candomblé Jeje é minoritário no Brasil. Seus deuses são o voduns, cultuados como nobres famílias mitológicas, associadas cada uma delas aos elementos da natureza. Seu ritual difere muito dos dois anteriores em todos os sentidos. Na região do Pará e do Maranhão este culto tomou uma forma específica, conhecida como “tambor de mina”. O termo “mina” se referem à origem dos escravos que o trouxeram para o Brasil, que permaneciam presos no forte português São Jorge da Mina, na África Ocidental, até o embarque para o Brasil.
Além destas, existem várias combinações destes três tipos básicos, que são formadas a partir do trânsito dos religiosos entre um e outro grupo. Na maioria dos cultos um modelo de rito pode ser apreendido tomando-se como paradigma o rito Ketu. É dele que falamos aqui.
Outros cultos se aproximarão mais ou menos deste modelo, mas ele é representativo dos cultos afro – brasileiros em geral, excetuando-se a umbanda, fortemente marcada pelos valores do catolicismo popular e do kardecismo.
Axé a todos Irmãos de Fé
Emidio de Ogum
http://espadadeogum.blogspot.com
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