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terça-feira, 28 de setembro de 2010

Vida Umbandista

Acordar, pedir a Oxalá que ilumine seu dia, tomar banho como se banha-se nas aguas da Mamãe Oxum, enxugar o corpo, ativando os chacras em forma de vibração, assoprar o talco de Mamãe Iemanjá alçando as vibrações da pureza, vestir a roupa como se fosse as vestes do vencedor das demandas, colocar o casaco como se fosse a capa de Ogum, beber o café como se estivesse brindando ao Preto Velho, sair de casa abençoando a todos que ficam a sua espera, entrar no ônibus como se montasse no cavalo branco daquele senhor, empunhar a ferramenta do trabalho como se fosse o machado de Xangô, terminar suas tarefas no horário de Oxum, caminhar ao encontro do terreiro com o sorriso das crianças, colocar a roupa branca como se fosse o véu na espuma do mar, receber no pescoço as guias como divisas do santo guerreiro, retirar os sapatos como se pisa-se em terra de Santo, saldar o congá como se fosse a primeira vez, rezar baixinho pedindo saúde ao Pai Obaluaê, olhar em volta fitando todos Orixás, cair de joelhos no brado do Caboclo, sentar no banco com os pés descalços como se fosse um escravo liberto, sentir o atabaque como se fosse anjos batucando, pegar a fumaça do incenso levanta-la e espalha-la em seu corpo quando o pai da casa estiver a sua frente, dar um volta enrolando-se na pureza do alecrim, acender uma vela e fitar sua chama, colocar ao lado dos pertences daqueles que você empresta seu corpo, regar de alfazema suas mãos antes do rito, debulhar o charuto e coloca-lo em local de agrado da entidade, estalar os dedos na chegada do Pai Velho, dobrar-se na vontade e paciência daquele que ira utilizar seu corpo para a prática do bem comum, fazer de seu corpo cansado um instrumento da vontade de Deus, pois ele esta sempre que se existem o merecimento, e mais que merecimento não existem em lugar nenhum, pois de fé vive o homem e do homem de faz a bondade, quando minhas mãos não mais puderem segurar o cachimbo do Preto Velho, passarei para outro filho, mas pedirei a este bondoso homem, nunca me abandone pois acostumei com você minha doce entidade.

Autor Emidio de Ogum

Paz Amor e Harmonia
Emidio de Ogum
http://espadadeogum.blogspot.com

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